6 de agosto de 2009

lei de murphy

Devia ter acendido a vela, era tão simples, há tanta igreja à minha volta e isqueiros não me faltam, ainda por cima agora nem era preciso, já não há velas nas igrejas, há luzes eléctricas encaixadas em copos de plástico vermelhos. Uma moeda é quanto custa fazer um pedido, procurar um milagre, meter uma cunha. Devia ter ido a uma igreja, há tantas por aqui e são tão frescas no Verão, devia ter pousado os joelhos na pedra fria, entestado as mãos junto ao peito, e evocado qualquer santa trindade. No lugar disso, estou a esta hora numa estação de serviço, a meio caminho do destino, e os National a tocar na Zambujeira. É certo e sabido que se há quem cumpra escrupulosamente a lei de Murphy sou eu. Não havia razão para hoje ser diferente. Devia ter acendido uma vela.

2 comentários:

Miguel Marujo disse...

a vela não daria, o sal da terra forma-se com os outros e esses tramaram desejos únicos

Sal disse...

os outros por vezes são uma chatice.
bem-vindo miguel.