Já sei que não me vale a pena planear a vida ao milímetro. Nada corre nunca como quero. Mas desta vez, eu agnóstica confessa, estou disposta a acender uma vela a um qualquer santo que me garanta uma folga na sexta-feira e a saída a horas de chegar a sul na quinta. Em palco esperam-me os The National, os gajos que justificam que me arraste para um festival, que me prepare mentalmente para comer terra durante vários dias, que me disponha a enfrentar milhares de pessoas, todas no mesmo espaço, que por muito grande que seja me parecerá sempre claustrofóbico. Não sou pessoa de festivais. Sou demasiada comodista para isso. Odeio multidões. Dêem-me um lugar ali no Atlântico, a poucos metros do mestre Cohen, com o carro deixado praticamente à porta para sair estrategicamente a tempo de [quase] evitar o mar de gente. O mesmo concerto em que me gabavam a sorte de ver ao vivo e a cores, poucos meses depois de descobertos, dois dos meus maiores ídolos da actualidade. A esses juntam-se, se Deus ou alguém quiser com muita força, os The National e os Zero7. Sim, sou mulher de descobertas tardias, mas aproveitadas ao máximo. E depois há ainda Faith No More. Voltar a ter 18 anos. Só que desta vez não venho directa de uma frequência de Matemática num final de tarde de quarta-feira. Se tudo correr bem virei directamente da praia, a pele a saber a sol e a mar, um sorriso do tamanho do mundo, num daqueles dias cheios como só podem ser os dias de Verão.
A maratona do progresso
Há 2 dias
1 comentário:
Não te gabavam a sorte, porque não é de sorte que se trata. É muito mais do que sorte. ;)
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