[foto Now & Then]
nas páginas de um livro deparo-me com toda a
problemática de uma despedida com beijos, beijinhos ou apenas um beijo. há toda
uma questão de semântica em torno da palavra e suas declinações, que alguém
mais versado poderia tornar um compêndio ou tratado. Sorrio enquanto vou
mudando de linha e assistindo, sentada na areia e sob um sol escaldante, àquela
discussão e troca de acusações. sorrio porque é um daqueles códigos não
escritos que todos conhecemos, mesmo que nunca dele tenhamos falado. poucos
serão os que não o cumprem. eu cumpro. à parte dos beijinhos, que raramente
uso, porque ao longo dos anos desenvolvi uma fobia aos inhos, tal como a
peluches, corações e coisas que tal, despeço-me, nos contactos mais informais,
mesmo alguns profissionais, com beijos. nos contactos informais beijos são
aquilo que vem depois dos 'cumprimentos' e do 'abraço', sem que se gere
intimidade suficiente para o beijinho, que poderia sugerir um escancarar de
portas que não se quer. queremos boas relações com o[a] senhor[a] que nos ajuda
a escrevinhar os ofícios na junta, mas não queremos que eles pensem que somos
os melhores amigos. nada de bom pode vir daí. já mandar um 'beijo', só um, sem
mais, implica todo um processo de aproximação,
ou mesmo de intimidade, construída ou desejada, que reservamos a muito
poucos. talvez apenas a uma pessoa, ou a uma em particular em dado momento do
tempo. nunca num s coube tanto sentimento.
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