1 de fevereiro de 2012

cala-te!



não abras a boca, não digas nada e nunca pares de sorrir. anything you say, can and will be use against you. os dias fazem mossa na vida de toda a gente, todos tropeçam nas horas encarriladas umas atrás das outras e ninguém se queixa. cala-te, quanto muito um 'vamos indo', e mesmo esse deve ser pronunciado de sorriso rasgado, quanto muito um dizer mal da crise, do IVA que aumentou, dos passes que estão mais caros, das reformas do presidente que não chegam, da troika que lhes leva os subsídios, férias compulsivas na Damaia ou em qualquer outro subúrbio, praia, com sorte, na Caparica. talvez se queixem da vizinha de cima que bate com os tacões no chão quando ainda é de noite, dos termómetros que teimam em descer, que está frio, que não se pode ligar o aquecedor, da chuva que não cai. talvez digam mal dos combustíveis que subiram mais uns cêntimos, da factura do supermercado que não pára de aumentar, do médico que ficou mais caro, do mais novo que precisa de uma consulta de dentista e do dinheiro que não estica. mas ninguém se queixa do que pode mudar, do que depende de si, do que tem nas suas mãos. por isso cala-te e mexe-te. faz pela vida. depois voltamos a falar.

3 comentários:

Sara M. disse...

isso mesmo ;)

Cat disse...

E quando nos queixamos do que podemos mudar... mas temos medo da mudança porque andamos viciados no que nos faz mal?

Ando assim...


beijo

lolo disse...

logo hoje que vinha disposto a fazer um relato de hóquei...