tens a cabeça encostada na curva do seu pescoço, estás a pensar no sorriso enigmático que não consegues decifrar, talvez por medo do que representa, e lembras-te de outro casal, ela também com a cabeça encosta na curva do seu pescoço, os dois sentados no canto mais afastado do café, um café imenso numa cidade imensa, com o frio polar do ar condicionado a mandar-te lá para fora, mas só consegues ficar parada a olhar para eles. ela com a cabeça encostada na curva do pescoço dele, os olhos fechados, a respiração pausada, ele sentado muito direito, os olhos parados em frente, muito quieto, quase sem respirar, não vá o subir e descer do seu peito acordá-la. os dois indiferentes ao barulho dos empregados, ao corrupio de quem entra e sai, ao zumbido que vem da rua de cada vez que a porta se abre. os dois num mundo só deles. e de repente, a tantos quilómetros de distância, essa é a imagem do amor, aquele que achas que nunca vais encontrar.
1 comentário:
Amei a nova imagem.
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