18 de maio de 2010

acredito e até tenho para a troca

"Não se pode dizer da arrumação do frigorífico cá de casa que seja propriamente convencional, mas também não é assim tão difícil de entender. Um sortido de alimentos cairá em cima do prato da comida da gata assim que se abrir a porta: são esses, regra geral, os produtos mais frescos, porque colocados em último lugar. Se um frasco indica prazo de validade, está fora de prazo. Se não o indica, considera-se que o conteúdo é perfeitamente comestível. Objectos aparentemente oriundos da terra ou de árvores que, à mais leve pressão de um dedo, esguichem líquido, devem ser evitados. Corpos não facilmente identificáveis e impossíveis de furar com broca de ponta de diamante, também. Alimentos fechados num tupperware podem provavelmente ser consumidos se este for passível de abertura sem recurso a ferramentas industriais.

(Digo à D. que vou publicar um poste sobre o nosso frigorífico. Ela encolhe os ombros e, em pose de Bacall a quem só falta o cigarro, desafia-me: “Publica. Ninguém vai acreditar”.)"

O frigorífico pertence ao José Bandeira, mas podia perfeitamente ser o lá de casa...


Sem comentários: