16 de fevereiro de 2010

exorcismo

Há dias em que poucas coisas nos valem, porque há outras que nunca mudam, ou mudam tão devagar que é tudo tão irritante como ver erva crescer. Há dias em que é fácil trocar uma festa de mascarados, principalmente um festa de mascarados, com promessa de dança até de manhã, por um jantar de ‘nouvelle cuisine’, mesmo que cada garfada nos convença que está na hora de chamar o exorcista, e uma garrafa de vinho, partilhada entre conversas que se repetem até à exaustão, mas em que cada palavra é dita como se fosse a primeira vez. Esta repetição conforta, cada uma de nós sabe o que a outra quer ouvir, e é fácil de perceber que o exorcismo faço-o ali, com muito riso, muita maledicência, e grandes doses de memória partilhada. Há noites que fazem pela vida. Ontem foi uma delas.

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