"um homem todo nu, sentado a ler um livro é do caraças." a frase é da M. vamos as duas no carro, abandonadas que fomos pelos homens do grupo, numa estrada estreita e sem luz, a caminho do Sudoeste. o homem nu estava sentado muito direito, costas apoiadas no pau da bandeira vermelha, na praia que nos acolheu durante a tarde. a praia, onde se chega por uma descida ingreme e que descobrimos por acaso, por ser a mais próxima do lugar de estacionamento que miraculosamente encontramos, é linda, pequena e sem pudor. nenhum de nós estava a espera desta parte, mas já que assim era, ao menos que os corpos fossem bonitos, que servissem para limpar a vista, qualquer coisa. ao invés eram corpos flácidos, mal tratados pelo tempo, com vida, mas sem graça. ficamos até o sol ameaçar esconder-se atrás do mar, tomamos banho na água gelada, dormimos, acordamos as duas perto da hipotermia, enquanto os homens, os que estavam connosco, pontapeavam uma bola sem piedade.
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