© Phil Poyter Sejamos honestos. Dificilmente haverá actividade mais aborrecida que procurar uma casa. Bendita seja a tecnologia que nos poupa uma trabalheira desgraçada, sites à mão de semear, cheios de casas e casinhas, demasiadas casinhas, ali todas encadeadas e devidamente documentadas. Bem melhor do que andar de jornal na mão, a marcar visita atrás de visita, sobe escada, desce elevador, desilusão atrás de desilusão. O que as novas tecnologias não nos poupam é o disparate desta gente que pede mundos e fundos por casas mal engendradas, metros quadrados onde mal cabe uma cama, já para não falar num sofá, cozinhas a querer passar por kitchenettes enfiadas dentro de armários com duas portas, sim é verdade, havia uma para a mostra. Encontra-se de tudo em duas horas de pesquisa, salvam-se as gargalhadas, perante o ridículo e o desplante desta gente que põe à vista de todos casas onde não se percebe como vive gente, atulhadas de tudo, com móveis a cair, azulejos por todo o lado - como alguém ainda restaura uma casa e põe azulejos em todas as divisões?! - , de um mau gosto geral, com preços absolutamente exorbitantes: 140 mil euros por 40 metros quadrados? E o pior é que, para quem como eu tem dificuldade em decidir entre dois pares de sapatos, a decisão entre milhares de casas, algumas com um pormenor ou outro que não são maus de todo, será um pesadelo. Talvez juntando as janelas da sala da Ajuda, à casa-de-banho da Amoreiras, com a cozinha da Graça e o quarto de Alvalade, se conseguisse alguma coisa próxima do imaginado. Em duas horas de pesquisa guardaram-se duas com potencial. Haja tempo e paciência para marcar visitas.
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