15 de março de 2008

a mulher de césar

O principezinho chamou-me à sala do trono mal entrei na Junta. Senta-te. Frase de circunstância como resposta. Vá lá senta-te. Queres um café? Ai que lá voltamos ao mesmo! Queria ter coragem para lhe explicar exactamente o que escrevi ali em baixo, acrescentar que gosto de escolher as pessoas com quem tomo café, que decido com quem almoço, com que bebo copos. Calei-me, mas entrei. Desfilou meia dúzia de frases, acenei com a cabeça, disse que sim, que não, que estava a ser tratado, respondi enquanto pensava que assim não vou longe. Chegar a um certo patamar exige de nós mais do que o mero acto de ser eficiente, é preciso fazer sala, saber deitar conversa fora, ser acima de tudo relações públicas. Não interessa o que somos, mas simplesmente o que aparentamos ser.

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