12 de dezembro de 2007

excesso de velocidade

Trago para casa o trabalho que não consigo despachar durante o dia, mil vezes interrompida pelo toque do telefone, chamada a reuniões, pedidos de atenção que não acabam, são como miúdos pequenos, acesso remoto ao email para responder aos pedidos que ficaram pendentes durante o dia. Nunca enviei mensagens a horas tão despropositadas, mesmo assim, há alturas, em que recebo resposta quase automática do outro lado. Andamos todos a trabalhar de mais, queimando os últimos cartuchos do ano. É preciso organizar ideias, distribuir trabalho, olear a máquina para que volte a funcionar como nos primeiros dias. Dou por mim preocupada, consciente de uma exigência dos outros que perdi com os dias. Os dias matam a vontade, o interesse. Sei-me desmotivada e não sei o que fazer com os braços que se baixam à minha volta, com as caras desinteressadas, com a falta de tesão. Mesmo quem acabou de chegar começa a ter ar de funcionário público. Os pés que se arrastam para cumprir os serviços mínimos. É a minha vez de puxar pelas ideias, num exercício que me foi mais ou menos estranho nos últimos dez meses. De encontrar um método de trabalho. De fazer ainda mais quando sinto que já ando a 200 à hora. Só me falta a multa por excesso de velocidade.

3 comentários:

Anónimo disse...

chego a este seu espaço e deixo ficar um «aviso»: serei dele leitora :)

Unknown disse...

Porque é que tenho esta estanha sensação de que nos conhecemos?
ESA

Sal disse...

Angela, sempre bem vinda :)

Elisabete, talvez porque usei o teu endereço pessoal?